Saiba como prevenir as doenças circulatórias

Data de publicação: 08/05/2018

Cirurgiã vascular explica quais são as doenças circulatórias mais comuns que acometem os pacientes, além dos tratamentos e formas de prevenção.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, somente em 2016 houve 1,1 milhão de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por diversas doenças do sistema circulatório. Os números reforçam a importância de ficarmos atentos aos sinais das doenças. A angiologista e cirurgião vascular Marina Fonseca citou quais são as principais doenças que acometem os pacientes:

  • Sistema venoso: varizes e trombose venosa profunda;
  • Sistema arterial: doença arterial obstrutiva periférica e aneurismas;
  • Sistema linfático: infedema;
  • Úlcera de membros inferiores: isquêmica, de estase venosa, neurotrófica (escara de pressão);
  • Doenças de menor prevalência: hemangiomas, malformações vasculares (mav)

Além disso, as doenças circulatórias dos membros inferiores, também chamadas de doença vascular periférica, consistem em patologias arteriais, venosas e/ou linfáticas. “Para diferenciá-las, primeiro é necessário determinar a queixa principal do paciente, relacionar com a história clínica e os fatores de risco do paciente e realizar um exame físico capaz de oferecer uma hipótese diagnóstica para a fisiopatologia da doença”, esclareceu Marina.

Sintomas e diagnóstico

Ela ressalta que as doenças apresentam sintomas variados e dizem muito a respeito da origem da doença. “De maneira geral, os sintomas das doenças arteriais e venosas podem ser divididos nas seguintes categorias: 1) dor, fraqueza, queixas sensoriais, incluindo calor, frio ou hipersensibilidade; 2) alteração de cor da pele, edema, úlceras e varizes. Já o linfedema apresenta-se como um edema característico, inicialmente depressível e que tende à cronificar e tornar-se endurecido à palpação”, disse a médica.

A especialista explica que as doenças circulatórias se desenvolvem a partir de múltiplas causas associadas, incluindo origem genética/familiar associada, sobretudo, aos hábitos inadequados de vida, como tabagismo, sobrepeso, sedentarismo, tratamento inadequado da hipertensão e do diabetes, dentre outros.

Para possuir o diagnóstico completo são utilizados métodos complementares de imagem, como o ecodoppler colorido de membros inferiores (duplex scan), angiotomografia multislice, angioressonância e a arteriografia, venografia ou linfografia. “Estes últimos, hoje, são menos realizados, por serem invasivos, e pela melhora da qualidade dos demais métodos de imagem”, lembrou.

Os tratamentos podem variar de acordo com a doença. Veja:

  • Varizes – cirurgia convencional: varicectomia com ou sem safenectomia; Termoablação: endolaser ou radiofrequência; escleroterapia com espuma; laser transdérmico;
  • Trombose – anticoagulação, trombólise;
  • Doença arterial periférica isquêmica – tratamento clínico que inclui controle dos fatores de risco, suspensão do tabagismo, caminhadas regulares e supervisionadas e uso drogas específicas.
  • Cirúrgico: revascularização por ponte (bypass) ou endovascular (angioplastia com balão, com ou sem implante de stent).

Marina ainda alerta que apesar do tratamento, o paciente corre o risco de possuir a doença novamente. “São, geralmente, doenças crônicas que necessitam de controle e acompanhamento regular. Cada uma delas exige um período específico para avaliação. Por isso, é muito importante buscar sempre o seu especialista”.